Estive em Parnaíba, de 16 a 24 deste mes. Fui eu e Pádua. Fomos mesmo para estar um pouco com minha mãe. Achei que ela está muito calada, embora mantenha a lucidez de sempre. É difícil conviver com uma mãe de 99 anos. É uma sensação estranha. Não sei explicar, mas me sinto muito mexida nas minhas emoções e sentimentos. Fica modificado o olhar para a vida...tentar viver só aquele momento...exclusivamente o presente...sem pensar em nada mais adiante. Eu tenho a sensação de ser atingida por uma certa imobilidade na minha pessoa inteira, como se qualquer movimento mais brusco pudesse quebrar aqueles momentos tão delicados no relacionamento com esta mãe quase centenária...Tento não pensar em nada e ao mesmo tempo penso em tudo. Me perco nos meus pensamentos ... me perco, às vezes, de mim mesma...
Já quase na hora da saída para Teresina, no dia de vir embora, eu lembrei que não fui uma única vez no quintal da casa. Me senti profundamente estranha pelo desinteresse pelas coisas que fizeram parte de minha vida de criança, vida de adolescente e que tiveram muita importância no meu mundo de menina só, que sempre fui... Percebi em mim uma estranha convivendo intimamente comigo...Até agora, não entendi nem a mim , nem a outra que habita em mim...Outra ou tantas outras, quem sabe...Me olho no espelho e é como se desse para perceber as outras faces invisíveis que compõem a minha face visível. Qual delas é a verdadeira? Todas ou nenhuma? Não sei. E isso me perturba...
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