segunda-feira, 24 de agosto de 2009

MAIS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRe A HISTÓRIA

Falar de assuntos familiares, é sempre um tanto compliado, mas acho importante porque muitas coisas ao serem escritas tornam-se mais claras na nossa mente. E eu gosto muito de ter essa clareza dos fatos de minha própria história, como forma de me conhecer melhor, saber das minhas possibilidades e limites. Isse torna a vida mais simples, embora o caminho para chegar a essa simplicidade seja um tanto dolorido e tortuoso. Felizmente já percorri boa parte da jornada e cada vez mais os caminhos vão ficando mais claros e fáceis de percorrer...
Voltando ao relato do CENTENÁRIO DE UMA VIDA: Meu pai faleceu aos 80 anos. Nesta época vivi um momento muito difícil. Ivan e David eram pequenos e eu estava grávida de Breno. Passava por um período meio depressivo sem saber lidar com todos estes elementos conflitantes em minha vida . Tanto que Pádua achou melhor eu não ir a Parnaíba no período em que os problemas cardíacos de meu pai se agravaram e nem no momento de sua morte. Também achei melhor que assim fosse , pois não me achava em condições físicas e emocionais de enfrentar toda essa história bem de perto e a minha presença só iria criar mais problemas para todos ...Ao mesmo tempo , eu me cobrava por não ter ido, por não estar presente num momento tão doloroso para toda a família...Com isso, a depressão se complicava, até porque eu também percebia uma cobrança velada em minha mãe todas as vêzes que nos falávamos por telefone. Mas, ter ido, hoje entendo que teria sido bem pior. Eu estava muito fragilizada. A própria gravidez me deixava mais vulnerável e com menos forças para lidar com toda essa problemática de perda de uma pessoa tão próxima e querida...
Para minha mãe, a perda de meu pai foi terrível. Ela não se conformava com o fato e passou por um período de muita revolta contra tudo e contra todos. Era como se todos fossem culpados pela dor dela e ela não poupava ninguém, muitas vezes chegando a ser agressiva se alguém da família tinha algum gesto ou atitude que transparecesse alegria. Nessa fase eu tive muita dificuldade de lidar com ela a cada vez que ia a Parnaíba. Cada saída que eu dava, cada passeio que eu fazia, ela encarava como uma falta de consideração a sua dor. E eu que já tinha minhas próprias dores, fugia de seu contato como uma forma até mesmo de sobrevivência...Tempos difíceis, dolorosos e sofridos...Mas entre ficar presa às suas cobranças e tentar continuar a vida da melhor forma que conseguia, optei por me defender da melhor forma que podia e Pádua estava sempre do meu lado, juntando suas forças às minhas fraquezas... dando-me o seu apoio quando eu parecia que já não ia suportar...
Mas o tempo passa e vai cicatrizando as feridas.

3 comentários:

  1. Como já devo ter lhe dito por email, estou com difícil acesso à internet por conta do cancelamento do serviço precaríssimo da Claro. Ainda não tive tempo ou "saco" para procurar outro provedor. No trabalho, blogs, sites, orkuts são todos bloqueados.
    Mas, aproveitando uma vinda à casa de uma amiga, aproveitei para "limpar" emails e acessar o seu "colorindo a vida"e acabei de ler todos os seus "posts". Muita transparência e fluidez na descrição dos fatos que viveu e observou dariam um livro daqueles que prendem o leitor. Como a Martha Medeiros, que eu também aprecio. Você leu a crônica dela sobre mães? Não lembro mais o título, mas devo ter guardado.
    Parabéns por sua autenticidade e sensibilidade.

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  2. Nossa, que postagens densas!
    Como é que Apolônia virou Santinha?
    Não sei se a história em si ou o jeito que esvreve me lembra Gabriel Garcia Marquez.

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VIVENDO, CONVIVENDO E APRENDENDO

Estar em contato com outras pessoas é sempre instigante e enriquecedor. Nos dias atuais as distâncias entre as pessoas crescem. O tempo para viver as relações de amizade e até mesmo familiares fica cada vez mais curto. Dessas dificuldades surge a necessidade de uma nova forma de relacionar-se , a busca de um meio mais simples e efetivo para atenuar a falta do papo colocado em dia no banco da pracinha, o encontro descompromissado para tomar um chop no fim do trabalho, a ida ao cinema e tantos outros programas simples que foram se complicando com as dificuldades do trânsito, com o crescimento da violência urbana e tantas outras dificuldades que enfrentamos diariamente.
Daí, o bem do encontro virtual. Pode não ser o ideal, mas é o real, o possível.E é pensando nisso que tentarei estabelecer um maior contato com as pessoas que são importantes para mim através deste Blog. São todos bem vindos e os recebo com muito carinho neste espaço onde tentaremos diminuir as distâncias e fazer o tempo correr um pouco mais lentamente...
INÊS VITORIA Salvador, 11 de julho/2009

LIVROS QUE LI RECENTEMENTE E AMEI!!!

  • -A SOMA DOS DIAS
  • Memórias Autora: Isabel Allende
  • - LEILA DINIZ
  • Biografia Autor: Joaquim ferreira dos santos
  • -TUDO QUE EU QUERIA TE DIZER
  • Crônicas Autora : Marta Medeiros